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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Poesia para Erato

Wilson Horvath

Oh! Musas.
Porque não viestes
a mim?

Inebriaríamos, à noite,
numa extrema vivência de amor.
E, ao amanhecer,
escreveria uma poesia.

Ela nos conscientizaria
sobre nossa ação destrutiva
contra o meio ambiente
e o ser humano.

Nós preocuparíamos
com o Ser
e não
com o Ter.

Salvaríamos o planeta,
alimentaríamos os famintos,
impediríamos o ódio,
e colheríamos o amor.

Venha musas!
Deixe o Museion.
O que é uma noite
para quem tem a eternidade?

É por causa de minhas falhas?
Vocês temem que eu,
ao pretender libertar,
exerça uma nova escravidão?
Como muitos fizeram no passado.

Minhas maldades interiores
as afugentam?
Meu egoísmo
é incompatível com sua natureza?
Minhas certezas
estão todas erradas?

Musas! Não olhe tanto para meus erros.
Vocês são divinas...
e eu
um imperfeito mortal!

Venha, então,
só você, Erato!
Eu não preciso do
dom da ciência e da profecia,
Nem da eloquência,
fama e grandes narrativas.

E se eu não sou digno
de construir tamanha poesia,
ao menos, possibilite,
que eu construa uma menor.

Que mude somente a mim
e me possibilite
a autorreflexão e correção.

A fim de que
eu adentre,
na história humana,
e lute pela continuidade
da vida.

E talvez, só talvez
outras pessoas,
vendo o esforço,
façam suas poesias.


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