Wilson Horvath
O amor pela sabedoria, que caracteriza o filósofo, o faz investigar o mundo que o
cerca e desta investigação pode nascer novas explicações sobre a realidade. E,
muitas vezes, essas explicações se chocam contra o que a maioria das pessoas
pensa.
Em
geral, as pessoas acreditam ser verdadeiro aquilo que foi transmitido a elas
por pessoas que elas julgam ser importantes para sua vida, tais como: família,
amigos, professores, patrões e superiores no trabalho, personagens da TV, entre
outros.
Esse
conhecimento transmitido e geralmente aceito é denominado como: Senso Comum. O senso comum ajuda as
pessoas realizarem tarefas cotidianas, por exemplo: um filho aprende com sua
mãe o modo como ela faz comida, depois ele vai morar longe a fim de estudar e,
vez por outra, ele faz o almoço.
O
que permitirá ao jovem estudante não deixar o arroz cru e o bife queimar é o
senso comum, ou seja, os conhecimentos que ele adquiriu junto de sua mãe. E ela
aprendeu com a sua avó, que por sua vez, aprendeu com sua bisavó...
Nós,
daí, podemos concluir que o senso comum é de importância vital para a nossa
vida, pois se não fosse ele, morreríamos de fome, mas não só, sem ele, nós não
conseguiríamos nem atravessar a rua, seriamos até incapazes de escovar os
dentes e tomar banho.
Mas
a mãe do jovem rapaz não apenas o ensinou a fazer comida, ela ensinou várias coisas.
Imaginemos que enquanto ela explicava sobre o tanto de água que deveria por no
arroz para não deixá-lo cru nem grudento, a televisão estava ligada e passava
uma reportagem sobre a greve nas universidades públicas. E nesta reportagem, os
alunos que manifestavam eram caracterizados, pela mídia, como vândalos e outros
adjetivos negativos. Então, a mãe pede ao filho para que ele não participasse
destas manifestações. E o filho concorda.
Neste
caso, o filho aprendeu, ao mesmo tempo, dois conhecimentos oriundos do senso
comum, a forma como fazer o arroz e que aqueles alunos que participam das
greves não são pessoas boas.
O
jovem, porém, ao estar estudando na faculdade, percebe que a Universidade
apresenta várias falhas e que as reivindicações dos estudantes são coerentes.
Logo, a maneira como os meios de comunicação os apresentavam estava errado.
Então, ele começa a questionar as recomendações de sua mãe, essas oriundas do
senso comum. E adere a causa dos estudantes.
Para
superar o conhecido do senso comum ele precisou questionar alguns dos
conhecimentos aprendidos. E, ao questionar, ele assumiu uma atitude filosófica
diante de um problema, ou seja, ele não aceitou o dado por seu grupo e buscou
novos conhecimentos.
Nós,
diante deste relato, podemos diferenciar o conhecimento oriundo do senso comum
do conhecimento filosófico. O senso comum se transmite naturalmente, nós o
aprendemos sem muita reflexão e o adquirimos a fim de garantir a nossa sobrevivência,
seja para continuarmos vivos, seja para permanecermos em um emprego. E o
conhecimento filosófico se dá por meio do questionamento e da refutação das
verdades, ou de algumas delas, aprendidas.
Muito bem explicado!
ResponderExcluirA definição etimológica de Filosofia é Amor/Amizade á sabedoria, não Amor pela sabedoria, parece ser a mesma coisa mas na verdade não é.
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