(Este escrito foi adaptado de um texto de Ollin
Mazatzin Emekauko por Rute Alegria).
Não é necessária uma violação para que uma
vagina fique traumatizada. Quando tratada de uma forma bruta e violenta, mesmo
que dentro de um relacionamento estável e aparentemente saudável, os tecidos da
vagina, extremamente sensíveis podem perder a sua altíssima sensibilidade.
No ocidente homens e mulheres aprendem a arte
de fazer amor com a pornografia, indústria que trabalha com a intenção de
atrair majoritariamente um público masculino desde tenra idade, estimulando o
abuso da integridade e do corpo feminino. Neste tipo de produção, não são raras
as vezes em que o homem “consome” e abusa do corpo da mulher como um animal,
batendo-lhe com força e brutalidade, humilhando-a e diminuindo o seu valor.
Este tipo de mensagem é depois replicada pelo
homem, nas suas relações intimas.
Ignorante da verdadeira arte de fazer amor, a
maioria dos homens ocidentais desconhece a fisionomia feminina bem como a
altíssima sensibilidade da vagina, a somar o fato de que muitas mulheres se
submetem este tipo de comportamento, por muitas variáveis constituídas por um
sistema mundo patriarcal.
Dessa forma a mulher vai sofrendo uma
diminuição gradual das suas qualidades receptivas.
No Ocidente o homem penetra a mulher muito
antes de que a temperatura sexual dela esteja suficientemente alta para
convidá-lo a entrar.
Em segundo lugar, após a entrada do homem,
produz-se uma série de fricções do pênis contra as sensíveis e suaves paredes
vaginais que causam outro efeito negativo:
A vagina deixa de ser um canal altamente
sensível e receptivo, para ser um canal endurecido e “couraçado”.
Em terceiro lugar, os movimentos mecânicos da
pélvis, próprios do sexo convencional contribuem, ainda mais, para aumentar a
crescente insensibilidade do interior da vagina.
O Sexo lento é a cura da vagina.
Um exemplo concreto da conexão entre os seios e
vagina-útero, é o fato de que a sucção do recém-nascido ativa a expulsão da
placenta e que as mães quando amamentam, geram oxitocina que atua ao nível do
colo do útero.
Então será suficiente uma boa estimulação dos
seios para chegar ao orgasmo?
Existem muitas mulheres que não necessitam
deste passo para atingir o clímax, mas para a maioria este é um passo precioso,
que se fosse respeitado e bem conduzido possivelmente não existiriam tantas
mulheres, frigidas ou com dificuldades para atingir o orgasmo.
Quando bem estimulados, os seios promovem um
tipo de energia que inunda e acende a vagina.
Numa relação heterossexual, a vagina, como polo
passivo, deve estar totalmente preparada para receber o máximo de impacto da
energia masculina.
É importante reconciliarmos a natureza
receptiva da sexualidade feminina.
Na Sexualidade Sagrada, a mulher recebe no seu
corpo a energia masculina e é por isso que se diz que é o polo receptivo: o seu
movimento não é para a frente e para fora, como no caso da energia masculina,
mas sim para dentro e para cima.
Quando a vagina da mulher vibra como resposta
magnética às carícias dos seus seios, torna-se receptiva e ativa em si a
energia sexual, criativa e prazerosa
Este é o momento em que a mulher percebe que está
pronta para o coito.
É um acontecimento energético completamente
espontâneo: um "Sim" absoluto à penetração que parte das profundezas.
Então pode abrir-se a entrada da energia dinâmica do pênis criando um circuito
eletromagnético vivo.
A vagina "derrete" a volta do pênis e
bebe a energia que irradia dele.
A mulher, como força receptiva feminina, possui
a capacidade de arrastar a energia masculina para cima através da sua vagina,
levando-a ao coração e elevando-a a uma frequência mais alta.
O sexo é um ato sublime de comunicação sutil e
poderosa e como em toda dinâmica de comunicação, o receptor deve estar disposto
e aberto para receber o que o emissor tem para expressar.
Se o emissor e o receptor estão bem
sintonizados, então a comunicação flui, da mesma forma também a energia sexual
flui através desta dinâmica de receptividade e abertura de um ao outro. Se não,
por muito que o emissor queira dar a sua energia / informação, o receptor não
pode absorver ou integrá-la.
... amor, escuta, lentidão, silêncio,
interiorização, presença...
Estas são as chaves para despertar o poder
sexual feminino no coito.
Um poder que deve ser aquecido em lume brando e
quando chega à fervura tem uma energia tal que pode levar a mulher a estados
alterados de consciência inimaginados capaz de fazer derreter o maior iceberg.
E até mesmo apaziguar ou curar, algumas feridas emocionais sexuais.
O caminho da cura está nas nossas mãos ...
O primeiro passo deverá ser olharmos para a
nossa sexualidade com vontade de a aperfeiçoar, só assim teremos a
possibilidade de mudar a nossa energia alquímica e isto terá uma consequência
imediata em toda a nossa vida.
A região genital do homem e da mulher precisa
ser melhor explorada, elas possuem diferentes pontos de energias se
assemelhando a pontos de acupuntura que podem ser ativados. Há milhares de
pontos, e não um único e inatingível ponto G criado para nos manter ainda mais
desconectados de nossa verdadeira sexualidade. Essa ativação tem muito pouco a
ver com a penetração genital que estamos acostumados no ocidente. O movimento
intenso para frente e para trás está carregado de uma energia masculina de
força e violência representada pelo patriarcado. É preciso curar a vagina com a
energia contrária a do patriarcado, explorando novos pontos de excitação.
Quando um olha nos olhos do outro, há uma troca de fitas de DNA, que são lidas
na íris do olho. Está é a conexão do coração para os olhos da alma. É possível
trabalhar com os chakras um do outro.
Colocando a mão sobre o chakra do coração do
parceiro e mantendo o próprio coração aberto. Conforme se estimulam com os
olhos, usam os chakras e ativam os pontos de acupressão na área genital, esses
locais tornam-se vivos. De forma lenta e ritmada sem muito esforço, as genitais
se encostam, e promovem uma reação química que nos leva a um orgasmo, que se
move para fora, para todos os vários corpos que possuímos. Isso nos permite
subir a escada para o conhecimento e chegar à própria divindade do sexo que não
tem a ver com o nosso desempenho.
O corpo será capaz de relembrar e sustentar
essa frequência naturalmente. A velha energia da violência associada ao sexo a
qual fomos acostumados será substituída pela integridade, parceria e respeito.
Esse processo de cura se torna possível com o equilíbrio da energia feminina em
ambos os sexos. Os homens irão verificar que precisam atrair para si mesmos
aquelas que irão integrá-los nessas mudanças. As mulheres quando aceitarem a si
mesma e a seu próprio corpo, criaram um padrão para si do tipo de homem para o
qual estarão disponíveis. Ela irá atrair esse tipo de homem, porque ele estará
disposto a aprender e a mudar com ela. Quanto mais as mulheres estiverem
estabilizadas em seu amor pelos próprios corpos e em sua vontade de saber o que
desejam e quais são as próprias intenções, mais fácil será para os homens.
Muitas mulheres, durante muitos anos,
mantiveram as bocas fechadas e ficavam felizes simplesmente por ter um
parceiro. Elas não criavam nenhum padrão para os homens alcançarem. Com a
ativação da energia da Deusa e a compreensão da forma feminina completa, como
ela foi projetada para ser, irá se criar um novo padrão. As mulheres precisam
aprender a falar sobre seus sentimentos e desejos, para que esse novo padrão de
experiência seja criado. Então, será mais fácil para os homens abrirem seus
próprios centros do sentimento, experimentarem as próprias emoções, levar a
energia sexual através dos chakras e confortavelmente experimentarem uma
intimidade maior do que jamais imaginaram ser possível. Essas coisas levam
tempo. As mulheres foram levadas a não falar por tanto tempo, assim como os
homens a não sentir, que tais mudanças não ocorrerão da noite para o dia.
É através da experiência orgásmica que enviamos
energias de cura e rejuvenescimento para o corpo e essa energia precisa ser
honrada.
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