Wilson Horvath
sem nunca ter estado ao seu lado.
Eu te espero, pois contigo estive,
Eu te espero, pois tenho total certeza que te reencontrarei,
sabendo que é impossível tal encontro.
Eu te espero, pois te conheço,
mas nada sei.
Eu te espero, pois te possuo,
sem nada ter.
Esperar não é imaginar,
é recordar, para projetar.
Esperar não é ficar parado,
é deixar-se movimentar.
A esperança não é SER,
é devir-a-ser,
que só se torna aquilo que já o é.
A esperança precede a existência,
ela é essência,
que se forja na concretude do existir.
A esperança me faz viver.
Vivo esperançoso,
e, ao viver, construo a esperança,
que se revela em meu viver,
mas, mesmo sem mim, continua a ser.
A esperança está em mim,
mas eu não estou na esperança.
A esperança sou eu,
mas eu não sou a esperança.
A esperança é irmã e oposta à desesperança.
A esperança faz com que eu a enfrente,
e, na luta,
surge mais desesperança,
do tamanho de minha esperança,
que cresce, à medida, que enfrento a desesperança.
A esperança me joga no infinito mistério do ser humano,
que é finito.
E obriga-me lutar contra o mal,
mas do mal nasce,
querendo o bem,
que á a esperança.
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