Wilson Horvath
A
busca pelo conhecimento não é exclusividade da Filosofia; ao contrário o ser
humano, desde o nascimento até seus últimos suspiros, procura de forma consciente
ou inconsciente apreender cada vez mais sobre o mundo que o cerca. Assim, uma
cozinheira buscará os melhores temperos a fim de deixar a comida mais saborosa;
o viajante estudará as rotas mais viáveis para chegar ao seu destino; o médico procurará
os remédios mais eficazes; o crente escolherá as melhores maneiras de entrar em
contato com o divino; a mãe aprenderá a distinguir o significado dos diferentes
choros de seu bebezinho.
Esses
conhecimentos[1]
são indispensáveis para a nossa sobrevivência e nosso bem-estar. Embora nenhum
deles seja filosófico, para avançarmos em algo, construirmos o novo; nós
precisamos de algumas características fundamentais da Filosofia: a paixão; o
questionamento; a problematização; o estudo rigoroso e sistemático; a não-conformação
com já dado e conhecido.
Peguemos
como exemplo o caso da cozinheira. Em um belo dia, ela acha que determinado
prato poderia ser melhor do que é comumente preparado. Talvez para a maioria
das pessoas, sejam seus familiares sejam seus clientes, ele esteja excelente e
delicioso.
Ela,
porém, não é igual aos demais, ela cozinha por paixão e o ato de cozer faz
parte da constituição de sua pessoa como mãe ou profissional. E por acreditar
que aquele prato poderia ser melhor, gera dentro de si uma indignação, um
sofrimento.
Ela, então, começa a se perguntar sobre diferentes
maneiras para fazê-lo. Ela pode partilhar a sua busca com outras pessoas,
pesquisar receitas ou pode fazer uma busca solitária, testando novos temperos,
intensidade do fogo etc.
Ela
provavelmente não acertará na primeira fez e talvez nunca se de por satisfeita.
Mas também ela pode, a partir de seus erros e acertos, aprimorar o prato.
E
depois de estar perfeito ao seu paladar, ela o contemplará como uma obra de arte,
assim como deve ter feito Leonardo da Vinci (1452 – 1519, uma das figuras mais
importantes do Renascimento) após concluir a Mona Lisa (La Gioconda, 1503-1506).
Ela
enquanto buscou, questionou, testou, foi movida pelo espírito filosófico. E
quando encontrou, ela voltou a ser a cozinheira, melhor ela se tornou uma
artista da cozinha.
Texto conciso e elucidativo. Gostei das figuras de linguagem.
ResponderExcluirGostei do texto: bem curto, explicativo e complexo.
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