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domingo, 13 de março de 2011

Só uma Coisita

Wilson Horvath

Senhora de todo o meu ser,
peço-te, humildemente, apenas uma coisita.
Dei a este pobre servo,
um pouco da beleza de seu olhar.

Ele penetra em minh'alma,
como uma lança ardente,
que me fere e queima-me
por completo.

Fico estagnado e, ao mesmo tempo, em êxtase,
vivendo a mais bela e devastadora
experiência mística.

Sinto meu corpo tremer,
meu coração disparar,
minha respiração ofegar,
minha boca salivar.

Como um simples olhar de outrem
pode dominar por completo outra pessoa?
Quão força alienante e alienadora,
que tira-me da realidade e do momento presente,
e leva-me a contemplar a infinitude?

Ouço o cantar dos pássaros, extintos pela mão humana;
respiro o cheiro da relva do amanhecer, que fora sufocado pela industrialização;
dou um trago na mais pura água dos mananciais, que corria ao oceano, antes de a poluirmos;
divirto-me com o sorriso puro da criança, que não chorava de fome ou maus-tratos.

Senhora, minha...
Lança-me novamente o seu olhar!
Tira-me deste mundo feio.
Faça-me viajar pelas estrelas...

Eu juro, se assim o fizer,
dar-te-ei o meu mundo encantado.
Plantarei flores por todos os lugares que caminhares;
lutarei contra todas forças que destroem o nosso planeta.

Eu sou um servo fraco e incapaz,
mas com o seu olhar,
torno-me o mais forte e bravo cavaleiro.

Só peço-te uma pequena coisita.
Dei...
um pouco da beleza de seu olhar!


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