Wilson Horvath
Embora o conceito de política seja renegado e visto com maus olhos por boa parte da população brasileira, o agir político está presente em todas as atividades cotidianas, mesmo que não tenhamos consciência desse processo.
Podemos dizer que onde houver duas ou mais pessoas se estabelecerá
entre eles uma ação política. E dela surgirá necessariamente uma relação de
poder.
Mas “O que é o Poder?” Vejamos as posições dadas por Hobbes e Russell.
Para o primeiro, o poder é "consistente
nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem". E para Russell,
ele é definido como "conjunto dos
meios que permitem alcançar os efeitos desejados".
Nessa perspectiva, o poder é
entendido a partir de uma concepção teleológica,
ou seja, ele visa um fim, que trará benefícios para um indivíduo ou para um
grupo.
E como vivemos em
coletividade, para atingi-lo, uma pessoa precisa ou convencer, ou controlar, ou
se impor a uma outra. Assim, os meios de estabelecer o poder se dará de acordo
com as regras de convivência (política) vivenciadas por eles.
Essa concepção de poder vista
como forma de “extrair alguma vantagem”
ou de “se obter os efeitos desejados”
não é a priori nem boa nem má. A sua
valoração dependerá daquilo que se quer conseguir. Para clarear, citemos alguns
exemplos:
Uma mulher usando o
encantamento de sua beleza (poder) pode convencer seu marido a não gastar a
maior parte do dinheiro na boemia, mas no sustento de sua família; uma
professora amante do saber faz os alunos apaixonarem pelo conhecimento; Um bom
médico persuade o seu paciente a parar de fumar e a fazer exercícios físicos.
Todos esses exemplos são
formas de poder que uma pessoa exerceu sobre outra. Eles tratam do campo de
relações pessoais, mas podemos estendê-los ao âmbito estatal. Assim, o político
que convence os seus pares a destinarem mais recursos públicos para a promoção
social, educação, saúde também está desempenhando poder.
O poder, obviamente, pode
ser usado para o mal. Assim, a força física pode ser usada tanto por um marido monstruoso
como pelo estado ditatorial; um professor pode impor seu modo de pensar da
mesma forma que a elite usa os meios de comunicação em massa; um médico sem
ética para se enriquecer com a comissão paga pelos grandes laboratórios impõe
um remédio mais caro como os maus políticos desviam para os bolsos deles as verbas
da saúde pública.
Nenhum comentário:
Postar um comentário